Área do cabeçalho
gov.br
Portal da UFC Acesso a informação da UFC Ouvidoria Conteúdo disponível em:Português
Brasão da Universidade Federal do Ceará

Universidade Federal do Ceará
Programa de Pós Graduação em História

Área do conteúdo

Encerrados

Linha de Pesquisa: Cultura e Poder

  • O Governo das Capitanias do Norte da América Portuguesa e a Singularidade da Administração da Capitania do Ceará (Séc. XVII – XVIII)

O projeto de pesquisa, com o recorte temporal mais largado tem como perspectiva analítica analisar a colonização da capitania do Ceará no contexto mais amplo, após a Restauração Portuguesa e a expulsão dos holandeses do Nordeste em 1654. A reconquista do Nordeste colonial só foi possível quando Portugal se desvencilhou dos setenta anos da dominação espanhola, período da União Ibérica (1580-1640), no qual as reservas econômicas de Portugal ficaram arrasadas, com a frota marítima aniquilada e os exércitos desmantelados. Com isto, o reino português começou a efetuar um deslocamento, ou viragem, do eixo econômico do Estado da Índia para o Atlântico Sul, visando, sobretudo, o Brasil. Em 1643, quando foi criado em Portugal o Conselho Ultramarino com a função de recuperar a economia portuguesa e administrar e organizar as suas colônias, foram decretadas novas normas para dinamizar a exploração comercial da colônia portuguesa na América. A política administrativa e econômica da Coroa portuguesa direcionada ao Brasil não foi voltada somente para o escravismo, comércio e emprego do trabalho escravo de negros africanos. Ou seja, voltada apenas para o litoral do massapé, região da cana de açúcar, tão valorizada pela historiografia. Incentivou-se o processo de colonização do interior, sendo encorajadas as expedições para os sertões da colônia na busca de novas alternativas de exploração econômica. As várias frentes de conquista dos sertões tiveram de enfrentar os índios tupis e tapuias. A colonização portuguesa da capitania do Ceará consolidou-se apenas na primeira metade do século XVIII, tendo como principal mote a expansão da pecuária. As principais áreas climáticas da capitania eram dominadas pelo clima semiárido, agreste, com predomínio de árvores de pequeno porte. Isto facilitou a formação de pastos e o trânsito das boiadas. Assim, no período inicial da colonização das Capitanias do Norte da América portuguesa, a pecuária e a agricultura de subsistência desenvolveram-se de forma tímida, abastecendo as zonas de produção do açúcar, voltada para a exportação. Na primeira metade do século XVIII a pecuária, o gado, as oficinas de charques e o couro passaram a ser a principal força motora da ocupação de vastas possessões de terras a Oeste das Capitanias do Norte. Apesar do processo de entrada e conquista dos sertões, após a segunda metade do século XVII e início do século XVIII, ter se efetivado pelo comando dos próprios colonos, movidos por interesses próprios, ficando nas mãos de particulares, isto é, não tendo forte mobilização do reino, a sua efetivação só ocorreu após a distribuição de sesmarias e criação de vilas e câmaras municipais. O surgimento das vilas e a criação das câmaras municipais na capitania do Siará fez parte do processo lusitano de reestruturação da colonização das Capitanias do Norte da América portuguesa. A nossa proposta metodológica e analítica mais alargada insere-se, na perspectiva conceitual e historiográfica que se volta para a análise da colonização das Capitanias do Norte da América portuguesa e a singularidade política e administrativa da capitania do Ceará na dinâmica da governabilidade do Império português. Assim, não buscamos priorizar uma abordagem com relações polarizadas e dicotômicas entre os colonos cearenses e a Coroa portuguesa.

Professor(a) responsável: Marilda Santana da Silva

  • Crítica e literatura no Ceará na década de 1940

Em 1946 realizou-se em fortaleza o I Congresso Cearense de Escritores organizado pela Associação Brasileira de Escritores. Um dos temas mais debatidos foi a situação de pouca visibilidade e desigual produção do escritor de província frente aos escritores do Rio de Janeiro e São Paulo. Reivindicava-se uma política de incentivo mais forte por parte do governo do estado no sentido de estimular a publicação de livros de escritores cearenses, assim como de criação de revistas literárias e prêmios para o escritor local. Durante os anos 1930 e 1940 no Brasil é possível constatar uma lenta autonomização do trabalho intelectual, relacionado a uma série de mudanças mais profundas da sociedade que possibilita, segundo as palavras de Antonio Candido, um alargamento de participação e uma mudança no campo da cultura. Especificamente no final do Governo Vargas há uma grande mobilização, vários grupos sociais organizam-se criando associações e elaborando manifestos contra o Estado Novo. A criação da ABDE e sua atuação deve ser pensada nesse contexto como também expressa a necessidade e as aspirações de autonomização do trabalho do escritor. Este projeto visa, nesse sentido, inventariar, na imprensa de Fortaleza, a discussão em torno da literatura cearense, identificando os periódicos e revistas que dedicam espaço à literatura local e as discussões que nela são realizadas, procurando mapear os escritores e livros mais discutidos e a crítica em torno a produção literária do Ceará durante a década de 1940.

Professor(a) responsável: Ana Amélia de Moura Cavalcante de Melo

  • Fazendo a Liberdade: A História dos Negros Libertos no Ceará

O que objetivamos com a presente proposta de pesquisa é analisar o processo histórico constituído pelos libertos, ex-escravos, considerando as experiências vividas, por homens e mulheres, sua inserção na sociedade, no mercado de trabalho, as formas de resistência e de lutas contra a discriminação racial e a marginalização social. Perceber a constituição de seus espaços e sua praticas religiosas e culturais como o Maracatú, os reisados e outros autos que lhes possibilitam a busca de uma identidade. Abordar também neste ponto a natureza dos relacionamentos entre os escravos e os libertos negros para poder colocar em luz a existência de lógicas étnicas próprias e de práticas culturais em comum. Contextualizar estas práticas culturais e identitarias negras dentro do quadro da ideologia dominante e do processo de construção de uma identidade nacional, bem como de uma identidade cearense. Trata-se de entender o processo de libertação que vai se constituindo, ainda, dentro do sistema escravista, o aumento do contigente de alforriados decorrente das várias estratégias traçadas por escravos e senhores em especial, no que diz respeito a Cartas de Alforrias. Buscamos trazer para dentro da história aqueles que não se constituíram apenas problemas para as autoridades, mas foram agentes sociais de um processo histórico e que por muito tempo estiveram fora do cenário da história cearense. É necessário responder o que restou ao liberto. O que ele fez com a liberdade, ainda que tímida, obtida. Onde ele se encontra, se organiza e qual a sua inserção na sociedade local. No Ceará tem negro, basta querer ver e dar conta de sua historicidade.

Professor(a) Responsável: Franck Pierre Gilbert Ribard

 

Linha de Pesquisa: Memória e Temporalidade

  • Centro de Referência Cultural do Estado do Ceará – CERES (1976-1990): inventário e registro do patrimônio cultural não consagrado

A pesquisa tem por objetivo identificar e analisar a metodologia e registro do popular pelo Centro de Referência Cultural do Estado do Ceará CERES (1976-1990). O projeto do CERES, de documentar o saber-fazer popular para se preservar a memória da cultura popular no Estado, surgiu diante da ameaça de descaracterização do artesanato cearense. Além de documentar os processos de produção e comercialização do artesanato, assim como também as condições de vida e o processo criativo dos artesãos, foram igualmente privilegiados a produção da literatura de cordel e as diversas festas e folguedos populares. Reconstituir a trajetória do CERES a partir da sistematização e análise do amplo e rico acervo (questionários, diapositivos e fotografias, filmes depoimentos e registros sonoros) é contribuir para o debate acerca da centralidade do inventário como metodologia de identificação, valorização e promoção do patrimônio cultual no Brasil.

Professor(a) Responsável: Antônio Gilberto Ramos Nogueira

  • Memórias, narrativas e saberes tradicionais das comunidades litorâneas do Ceará

Sofrendo constantes ameaças da pirataria e da pesca predatória no mar, da especulação imobiliária na terra que cria projetos turísticos ou imobiliários que não contemplam as necessidades da população local e provocam, normalmente, a expulsão e o êxodo dos “nativos” das comunidades para Fortaleza, gerando assim um inchamento da capital e um aumento significativo do número de favelas e miséria, a comunidade litorânea de Balbino, como algumas outras, vem resistindo e sobrevivendo através da luta coletiva. Este projeto de pesquisa visa problematisar e analisar os modos organizacionais nativos das comunidades de pescadores artesanais, jangadeiros do Ceará (em particular da comunidade de Balbino (município de Cascavél), bem como os saberes tradicionais sobre a pesca e memorias sociais sobre o povoamento destas comunidades. A metodologia principal desta pesquisa é a história oral.

Professor(a) Responsável: Franck Pierre Gilbert Ribard

  • Intelectuais, Cultura e Memória

A pesquisa tem por objetivo entender a experiência dos intelectuais envolvidos nos trabalhos de memória a partir da política cultural de preservação do patrimônio cultural desenvolvida no âmbito da Secretaria de Cultura do estado do Ceará, sobretudo, no Centro de Referência Cultural do Estado- CERES. Tal proposta se impõe em seu duplo objetivo: de um lado, suprir determinadas lacunas identificadas quanto à metodologia aplicada no mapeamento e registro do popular, estrutura e organização administrativa do Centro, noções de cultura popular e patrimônio que orientaram a produção da memória; de outro lado, o instrumental da História Oral nos permitirá conhecer a emergência de um campo de estudos da cultura popular e do patrimônio imaterial no Estado, tendo em vista que os indivíduos engajados neste trabalho de registro ainda se encontravam em formação intelectual e viriam a compor uma importante expressão do pensamento cearense em fins do século XX.

Professor(a) Responsável: Antônio Gilberto Ramos Nogueira

  • Memórias, narrativas e saberes tradicionais da comunidade litorânea de Ponta Grossa – Icapuí-CE

Comunidades litorâneas têm despertado interesse em várias áreas do conhecimento. Esse trabalho se insere nos estudos que têm como objetivo analisar os saberes, fazeres, oralidades e memórias de comunidades tradicionais, sem desconsiderar o litoral como espaço de conflitos. Visamos também entender os modos de vida da população local, analisando elementos apresentados, pelos sujeitos, como basilares de sua identidade. Entre eles a religião protestante, tida como catalisadora das relações dos moradores; a pesca artesanal, apontada como o saber tradicional dessa comunidade e o turismo sustentável, tomado como aspecto que a diferencia das outras comunidades litorâneas. Além disso, os saberes valores e conhecimentos são considerados elementos constituintes da história e da memória de Ponta Grossa.

Professor(a) Responsável: Jailson Pereira da Silva

 

Linha de Pesquisa: Trabalho e Migração

  • A Seca e a Cidade: a formação da pobreza urbana em Fortaleza (1877-1915)

O Projeto busca examinar a formação de uma camada de pobres na cidade de Fortaleza, em função, especialmente, dos períodos de escassez rural (seca) que se sucedem no Ceará (1877-1880, 1888-1889, 1899-1900 e 1915). Para isso, será preciso perseguir os seguintes objetivos específicos: a) Identificar as principais linhas de argumentos e significados com que os textos e documentos de época procuram situar o tema da seca e da pobreza. b) Compreender os conflitos que se desenrolam na cidade entre retirantes e autoridades procurando situá-los no contexto de uma cultura política que se constitui na cidade. c) Estudar as formas de relacionamento da população urbana com os pobres em geral e com os retirantes em particular. d) Examinar o processo de aprendizagem a que se submeteram os retirantes com relação à estrutura e funcionamento da cidade, como um novo universo de significados muitas vezes oposto ao campo. e) Identificar os significados sociais dos mecanismos de controle social implementados para regular os comportamentos e a circulação dos pobres na cidade. f) Identificar as relações estabelecidas no interior dos “abarracamentos” entre os retirantes e as autoridades e entre os próprios retirantes, buscando apreender como as tradições das relações paternalistas se confrontam ou se combinam com as formas urbanas de legitimação da autoridade política. g) Recuperar o cotidiano do trabalho, da moradia improvisada, da família, do comportamento, das relações de parentesco e amizade, das novas relações com as autoridades dos retirantes na cidade. h) Estabelecer relações entre os retirantes como pobres que afluem periodicamente à cidade e a “pobreza envergonhada” da cidade, durante o período estudado.

Professor(a) Responsável: Frederico de Castro Neves

  • Comparando as memórias da escravidão, do tráfico negreiro e do colonialismo na França e no Brasil: um estudo da “referencialidade” no debate nacional e nas produções cinematográficas no contexto francês e na África francófona

A presente pesquisa, que se insere na problemática geral do programa Capes-Cofecub (789/13), articula-se com uma perspectiva geral que pretende operar a partir de uma lógica de “olhares cruzados” entre a França e o Brasil, voltados para as temáticas das memórias da relação com o continente africano, da escravidão, do tráfico, do abolicionismo, do anti-escravagismo e do colonialismo. Neste sentido, respondendo à abordagem geral comparatista do programa citado, a minha pesquisa busca a partir da experiência brasileira tomada como “baliza”, apreender o contexto específico destas memórias, dos discursos e das narrativas produzidas no caso francês, abrindo para o caso da África francófona, tomado como contraponto essencial no olhar sobre as questões abordadas. Mais especificamente e além das dinâmicas históricas em si, a atenção se volta para a produção de significados, de valores e de imaginários associados aos elementos históricos nos termos da produção discursiva e na dinâmica de “referencialidade” próprios à problemática da memória na contemporaneidade francesa, privilegiando em particular, a linguagem e a produção cinematográficas (filmes de ficção, documentários, curtas-metragens de produções francesas ou franco-africanas) como reveladores/provocadores do debate no âmbito da sociedade nacional. Assim, trata-se de perceber, num primeiro momento e em termo de fundamentação, o perfil geral da escravidão, do processo abolicionista e dos desdobramentos pós-abolicionistas nas duas sociedades para poder problematizar os elementos implicados e as modalidades de desenvolvimento dos sistemas memoriais no contexto contemporâneo. Vale ressaltar que neste âmbito, a memória, garantindo um “continuum” passado-presente que é revertido pela preeminência das instâncias do tempo presente, é mobilizada na subjetividade da linguagem e da visão autoral cinematográfica mas, da mesma forma, na legitimação de demandas, na visibilidade de questões cujo sentido, muitas vezes político, emerge dentro da análise das dinâmicas que caracterizam o campo de tensão associado a um determinado período histórico da sociedade abordada. Se o exame me leva a abordar inicialmente, de forma comparativa, aspectos históricos relacionados aos temas apreendidas, tentando privilegiar elementos que definem o perfil geral e o posicionamento de cada uma das duas sociedades nessas questões, num segundo momento, o foco privilegiado e principal preocupação da pesquisa será a avaliação dos termos da realidade sociopolítica contemporânea que presidem e explicam as dinâmicas e os embates na manutenção e instrumentalização de memórias conflitantes, bem como as tendências e orientações da produção cinematográfica abordada no caso da França e da África francófona.

Professor(a) Responsável: Franck Pierre Gilbert Ribard

  • Sistemas memoriais em torno da escravidão e do tráfico no Brasil e na França. A pesquisa coletiva da equipe da História/UFC no programa Capes-Cofecub n. 789/13

A presente pesquisa coletiva corresponde à contribuição específica dos integrantes do grupo de pesquisa Trabalhadores livres e escravos no Ceará: diferenças e identidades aos objetivos gerais do Programa Capes-Cofecub intitulado Construção e elementos memoriais atuais em jogo em torno da escravidão e do tráfico no Brasil e na França. Estudo comparativo de dois sistemas memoriais no qual estão envolvidos. Assim, a França, dos anos 1620 a 1848 e o Brasil dos anos 1530 a 1888, têm em comum sociedades escravocratas fortemente implicadas no tráfico transatlântico. No mesmo tempo, os dois territórios se distinguem pelo número de escravos recebidos e pelo lugar ocupado pelos seus descendentes em cada uma das sociedades. Os 4,8 milhões de escravos levados para o Brasil constituíram uma matriz populacional, ao ponto de cerca da metade da população nacional atual ser constituída de Afro-Brasileiros. No caso francês, a maioria dos afrodescendentes, oriundos do tráfico, se encontra ainda na Antilhas onde foram desembarcados 1,1 milhão de escravos, a maioria em São Domingos, na Guiana e em Réunion, no Oceano Índico. Além disso, os processos de colonização, de descolonização e de construção dos Estados-Nações conduziram, nestes dois países, a situações políticas singularmente diferentes: Estado soberano para o Brasil, departamentos-regiões de além-mar francês, periféricos, para as Antilhas, a Guiana Francesa e a Réunion. Estas diferenças explicam porque, na onda memorial que se apoderou das duas sociedades no início dos anos 1980, a questão da escravidão se tornou central e quase exclusiva no Brasil enquanto que, no caso da França, ela só é uma dentro das muitas memórias de vítimas (mémoires victimaires ), ao lado das memórias da Shoah, da guerra da Argélia, do regime de Vichy ou da descolonização. Todavia, focalizando apenas os territórios antilhanos e da Réunion, o esquema memorial, diferentemente da metrópole, hipertrofia o peso da escravidão, tal como um pêndulo da memória, próximo neste aspecto da situação brasileira. A originalidade do projeto funda-se na vontade de elaborar uma história e uma sociologia dos dois, mesmo três sistemas memoriais, pela análise das sinergias operando entre os diferentes elementos constitutivos destes. A noção de campo memorial é particularmente operacional neste contexto. De fato, ela permite analisar como um todo este espaço dinâmico no qual intervêm as lutas pelo controle da produção memorial, com a finalidade de transformar posições dominadas (aquelas das vítimas) em posições dominantes, no lugar daquelas dos detentores da palavra oficial. Os nossos objetivos, neste quadro mais geral com o qual dialogamos, estão relacionados à problematização destes sistemas memoriais analisados fundamentalmente a partir do tríptico: redes dos atores memoriais (AM), políticas memoriais (PM), produções memoriais- no contexto particular brasileiro de alguns estados do nordeste (Ceará, Piauí, Maranhão) e do Pará.

Professores envolvidos: Franck Pierre Gilbert Ribard & Euripedes Funes

  • Precarização do trabalho e saúde docente nas universidades públicas brasileiras: um estudo na UFC, UVA e URCA

Investigar a influência das relações de trabalho na saúde dos docentes do ensino superior, considerando as bases políticas, econômicas, psicossociais e epistemológicas do magistério do ensino superior.

Professor(a) Responsável: Mário Martins Viana Júnior

Logotipo da Superintendência de Tecnologia da Informação
Acessar Ir para o topo